A minha Lista de blogues

Versão rasca do blogue cento e um. De 26 de Fevereiro de 2004 a 04 de Fevereiro de 2007.

Este blogue renovou-se, começando uma nova caminhada, de zero. Ao contrário do maradona, tenho demasiada nostalgia para mandar tudo regularmente por água abaixo, portanto criei este arquivo. Estão aqui todos os postes. Desde o início. Façam favor de vasculhar, seus viciados!

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Sobre o post abaixo deste

Quando não se consegue dormir, é o que dá. Começa-se a escrever coisas mais profundas do que o razoável. Ele é comprido, eu sei, mas... olhem que eu não desatei aos insultos com o Francisco Louçã. Não tenham medo, podem ler!

O "olá" que me mudou

Numa manhã de domingo de outubro ou novembro de 2002, là estava eu outra vez sentado numa cadeira, no templo, a assistir à Escola Bíblica Dominical da classe de adultos. Que seca! pensava eu. Afinal só estava ali porque era obrigado pelos meus pais. A minha pseudo-conversão apenas era o resultado do seguimento natural que os meus pais tinham dado à sua vida ao decidirem "montar tenda ali". Na altura, adolescente pueril até às entranhas e sem ponta de consciência, tinha decidido que o melhor que tinha a fazer para eles não me chatearem a cabeça era simplesmente segui-los. Mais tarde ou mais cedo ia ter voto na matéria porque já faltara mais para completar os dezoito aninhos e assim poder dar um murro na mesa. O que é que querem? Andam os nossos pais a tentar educar-nos e depois a adolescência faz destas coisas a uma pessoa... Là estava eu, portanto, sentado numa cadeira de igreja. Como qualquer puto imaturo, indiscreto e imberbe que se prese, passei o tempo a ver quem entrava e quem saía. E apesar de começar a sentir alguma admiração por algumas pessoas, por estas estarem "là à frente", continuava sem me identificar com aquele lugar e a questionar-me sobre que raio estava eu ali a fazer.

O culto là terminou, e eu já pensava no almoço. Continuava sentado à espera que os meus pais se decidissem a ir embora, e continuava, claro, a olhar para os outros. Para os jovens, mais concretamente. Até que de repente vejo duas jovens raparigas a separarem-se do grupo e a caminharem na minha direcção. Là se sentaram ao meu lado e uma delas, obviamente sem ter o à vontade necessário nestas situações para dar "dois beijinhos", estendeu-me a mão e disse-me «Olá, eu sou a Patrícia. Prazer...» A isso seguiu-se uma pequena explicação sobre a razão que a levou até mim, e fiquei então a saber que "aquilo" tinha uma classe de jovens e estava convidado a frequentá-la a partir daquele momento. Ainda não estava completamente convencido mas, afinal de contas, era uma opção como outra qualquer e decidi experimentá-la.

De ali em diante a perfeita desconhecida que me estendera a mão continuou a ser o elo de ligação entre mim e aquele grupo de jovens. Outros foram-lhe seguindo o exemplo. Outros foram-me dizendo "olá!". Ela e eles fizeram com que aquele espaço que eu considerava monótono deixasse de ser um "espaço de tempo morto" para mim.

Nunca tinha sequer imaginado fazer parte daquele grupo de jovens. Hoje faço parte da liderança do mesmo. Hoje, aquele lugar do baterista que eu sempre admirei, tão exposto perante a comunidade, é na quase totalidade do seu tempo ocupado por mim. Hoje, aquela perfeita desconhecida que me estendeu a mão é uma perfeita amiga. Até já tive o privilégio de contracenar com ela numa peça de teatro. Eu de José, ela de Maria. Hoje... sou um servo de Deus!

OBRIGADO Patrícia, por aquele «olá!» ...